Na Plataforma acreditamos nos projetos em que nos inserimos, e quanto mais diferenciadores e desafiantes melhor. Entrar na mística em torno do produto e transportá-la para a marca era essencial, mesmo que isso implicasse lutar contra convenções pré-estabelecidas e preconceitos instituídos em torno do componente que, sabíamos, ia tornar esta marca diferente de tudo o resto.

Como encontrar a nossa tribo? Como fazer com que o produto fosse visto como irreverente, interessante e benéfico para o seu utilizador? Para nós a resposta era óbvia; havia que se fazer uso do negativo e transformá-lo em positivo, ou seja, tornar o fruto pouco proibido, sexy e apetecível, sem quebrar a sua mística nem esquecer o seu principal propósito diferenciador. Este objetivo estaria explicito na história em torno da marca e do produto, recorrendo à própria história da canábis e à sua mística, conseguindo captar o interesse tanto daqueles que conhecem este universo como daqueles que lhe têm aversão, abrindo mentes e perspetivas.

Sabemos o poder que as palavras têm. Reconhecemos as suas nuances e sabemos como contar uma história, tornando-a interessante e informativa. Estas foram as premissas do storytelling que envolve a Saveur 4:20, e que está patente em toda a sua identidade gráfica.

Uma imagem encerra em si mil palavras e se era para falar sem articular frases o melhor era recorrer a uma imagem que diz tudo por si mesma. Se o universo em que se encerra a história que dá origem ao produto tem um símbolo muito próprio, porque não reinventá-lo e torná-lo parte integrante da logomarca. Era inevitável e fazia todo o sentido. Mas como não sermos óbvios ou mesmo clichés neste processo?

As formas naturais da planta e as suas características tão especiais que a tornam única no seu espetro de potencialidades foi, igualmente, inspirador, assim como a própria extração da alma da planta e a sua transformação em sérum de múltiplas facetas. O resultado traduz-se num grafismo que no seu global é de inspiração retro, de conceito alternativo, visualmente atrativo e complexo, carregando em si um conjunto variado de signos que formam um ícone que, invariavelmente nos remete para a canábis, de uma forma subtil e elegante.

O dourado é a cor de eleição, muito pela sua carga simbólica que nos remete ao ouro e aos conceitos de prestígio, premium, qualidade superior, raridade e sabedoria, valores que queremos associados ao produto, atendendo o mercado em que a marca se quer posicionar.

A própria tipografia carrega em si simbolismo. Quisemos que os conceitos de qualidade superior estivessem bem patentes e isso foi conseguido através da utilização de uma tipografia de trabalhado retro, muito associado ao universo farmacêutico do século XIX, com uma serigrafia delicada, de linhas arredondadas que nos remete aos conceitos de profissionalismo, proximidade, rigor e delicadeza. As letras “S e R” dominam o desenho tipográfico enquadrando o conjunto, conferindo-lhe um formato mais quadrado, que nos remete às simbologias de organização, estabilidade e perfeição, trata-se igualmente de uma figura geométrica que transmite confiança e conforto. O seu posicionamento em relação ao ícone é propositado, sustentando o conjunto e dando-lhe forma, numa posição, que embora seja de base, assume uma importância semelhante ao ícone. No topo, emoldurando o conjunto, colocámos a frase/slogan como reforço da marca.